Os anestesiologistas de Mossoró resolveram paralisar, por tempo indeterminado, todos os atendimentos eletivos realizados no Hospital Wilson Rosado, na Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR) e no Centro de Oncologia, pagos através do município. A decisão foi tomada após reunião dos profissionais realizadas na noite da quarta-feira passada, 15, segundo informou o presidente da Clínica de Anestesiologia de Mossoró (CAM), Ronaldo Fixina.
Ele comenta que o número de atendimentos realizados varia diariamente, mas estima que, com a paralisação, deixam de ser realizados, pelo menos, 12 procedimentos por dia.
No dia 9 deste mês os profissionais participaram de uma reunião com representantes do município no Palácio da Resistência. De acordo com Fixina, eles consideraram proveitoso esse encontro inicial, porém, a categoria quer a continuidade do que já foi anunciado e reivindicam o pagamento de todos os meses de serviços prestados em atraso e a garantia de que não haverá mais descumprimento da data de pagamento.
De acordo com Ronaldo Fixina, não são todos os profissionais que não receberam, mas ainda há pendências referentes ao mês de maio. Segundo ele, o município efetuou o pagamento do mês de outubro, referente aos procedimentos realizados na CSDR - mas já existem dois meses em atraso -, e a novembro, no tocante aos serviços prestados no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), onde o pagamento do mês de dezembro já está atrasado.
Como médico, ele diz que não pode assumir a responsabilidade de passar 90 dias sem receber pelos serviços prestados. "Não tem nenhuma categoria no mundo que aceite trabalhar sem receber", reforça.
Ele afirma que a categoria está aberta a negociação e destaca que nada disso tem a ver com reajuste ou com aumento no valor do plantão, os profissionais querem receber pelo que foi trabalhado.
Com relação aos prejuízos para a população, o médico avalia: "É muito grande", avalia o médico. Ele lembra que a Constituição Federal assegura o direito à Saúde, através do Estado, seja através do município, Estado ou Governo Federal.
TETO FINANCEIRO
Os profissionais também lutam contra o estabelecimento de um teto financeiro para a realização de atendimentos na Casa de Saúde Dix-sept Rosado. "A Clínica de Anestesiologia não vai admitir de forma alguma trabalhar na Casa de Saúde Dix-sept Rosado com o estabelecimento de um teto", reforça Fixina.
O médico questiona como será, caso isso ocorra, e como os profissionais se direcionarão aos pacientes no momento em que o valor for alcançado a cada mês. "Não dá para lhe atender porque já chegou ao teto", comenta o presidente da CAM.
Ele diz ainda que é necessário entender que municípios circunvizinhos como Governador Dix-sept Rosado e Caraúbas não têm condições de contar com uma equipe formada por anestesiologista, obstetra e pediatra, por isso tem mesmo que procurar atendimento em Mossoró, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) é universal.
URGÊNCIA
Com relação aos procedimentos de urgência e emergência na CSDR, Hospital da Mulher Parteira Maria Correia e Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), ele não descarta a possibilidade futura de os profissionais paralisarem as atividades, mas informa que existe um prazo até o dia 30 e acredita que até lá o problema possa ser resolvido.
O OUTRO LADO
A reportagem da GAZETA DO OESTE procurou a secretária de Saúde, Leodise Maria Dantas Soares Cruz, mas foi informada de que ela estava em uma reunião.
Fonte: Gazeta do Oeste
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