Após o período mais aquecido de vendas, quando as ruas ficaram lotadas de consumidores à procura de presentes de Natal e peças novas para dar entrada no novo ano, o mês de janeiro começa com ruas mais esvaziadas e vitrines recheadas de cartazes anunciando até 70% de desconto. As liquidações de verão se estendem desde vestuário a eletrodomésticos e eletroeletrônicos, muitos apresentados como "os últimos da loja".
"Nós acabamos de sair de um período de altas vendas e é natural que a procura acabe caindo porque muitas pessoas já compraram durante os meses de novembro e dezembro, mas algumas não compraram pensando justamente nas promoções de agora. Estamos aproveitando esse vácuo de vendas para atrair os clientes com até 50% de desconto", afirma o gerente de uma loja de calçados, Fernando César de Azevedo.
Segundo o gerente, o primeiro mês do ano é também o período em que costumam chegar novas coleções, de forma que os produtos que não foram vendidos durante o período de fim de ano deverão sair das lojas até o dia 15 deste mês. Ele explica que em setores como o relacionado à moda e a produtos tecnológicos, a rotatividade tem de ser alta, a fim de evitar que eles fiquem obsoletos ou fora de moda.
"Outra coisa que as pessoas não sabem ou até não se atentam é o fato de que calçados têm prazo de validade, além da questão das tendências de cada estação e o público está cada vez mais antenado com isso. Já chegamos a oferecer descontos de até 80%, deixando sapatos de R$100 por até R$ 20, tudo para garantir as vendas", explica Fernando César.
Com o crescimento do uso da internet no Brasil, outro setor que tem aquecido é o chamado “e-commerce”, de comercialização de diversos produtos no ambiente virtual. Frente à desconfiança de que a ausência de uma entidade física a quem reclamar em casos de problemas e ainda da falta de hábito de muitos brasileiros, os sites têm investido desde ferramentas de segurança até atendimento personalizado e oferta de vantagens mediante cadastro.
"Gosto de comprar pela internet porque é tudo muito mais cômodo. Sem sair de casa posso ver os preços de diferentes produtos em várias lojas, comparar, trocar informações com outros clientes. Nos sites encontro até mesmo coisas que não vejo nas lojas físicas daqui, além de receber em casa", conta a estudante Eduarda Jordana.
Comércio este ano deverá ser afetado pelo baixo ritmo de crescimento da economia do país
De acordo com informações do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), graças à incorporação de 40 milhões de pessoas ao mercado de consumo através do crescimento do emprego e estabilidade econômica do País, o setor conseguiu alcançar a marca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Contudo, o setor acredita que o ano de 2015 será difícil devido ao baixo crescimento médio do país no ano passado.
"O ano de 2014 ficou totalmente aquém do que esperávamos. Nem a Copa foi capaz de alavancar as vendas, as pessoas gastaram menos. Aqui em Mossoró ainda tiveram fatores como a quebra de prestadoras de serviço à Petrobras e instabilidade política. Esperamos que 2015 seja melhor, mas os sinais não têm sido bons", disse o empresário João Marques Neto.
No ano passado, o varejo cresceu, em média, 4% de janeiro e dezembro, 1,5% abaixo das projeções para o período. O ano de 2015 começa com expectativa de crescimento entre 5,5% e 6%. Hoje, de acordo com o IDV, o comércio é o maior empregador privado brasileiro, mas enfrenta problemas como a burocracia, além da alta carga de impostos cobrada no país.
Créditos: O Mossoroense
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