O presidente 'pacificador' corre algum risco?

Esse risco inclui preocupações políticas internas, além de questões de segurança internacional.

A perspectiva de um ataque dos EUA ao Irã já havia provocado duras críticas não apenas dos democratas, mas também do próprio movimento "América em Primeiro Lugar", encampado pelo próprio Trump.

A decisão incomum do presidente de fazer seu discurso nacional acompanhado por três de seus assessores mais próximos pode ter sido uma tentativa de projetar unidade dentro de seu partido.

Vance, em particular, tem sido um defensor ferrenho de uma política externa americana mais contida e, recentemente, recorreu às mídias sociais para argumentar que Trump ainda é um não intervencionista e que deveria receber o benefício da dúvida de seus apoiadores.

Se esse ataque for um evento isolado, Trump poderá amenizar as divisões dentro de sua base.

Mas, se os eventos recentes levarem os EUA a um conflito maior, o presidente poderá ter uma revolta em suas próprias fileiras.

O ataque de sábado foi uma atitude agressiva para um presidente que se gabava de não ter iniciado novas guerras durante seu primeiro mandato presidencial e que criticava com frequência seus antecessores, que segundo ele haviam arrastado o país para conflitos estrangeiros.

Trump fez sua jogada. O que acontecerá a partir de agora não está inteiramente sob o controle dele.

bbc.com