Não se trata apenas da euforia diante
de uma seleção forte que joga a Copa do Mundo em casa. O favoritismo da França
é sentido e, de certa forma, reconhecido pelo Brasil.
Antes superior do que as próximas
adversárias dentro do cenário mundial do futebol feminino, a Seleção chega às
oitavas de final tentando mostrar que, apesar do trabalho bem feito das
francesa nos últimos anos, a essência brasileira e seus talentos ainda são
capazes de façanhas que contrariam qualquer projeção.
Assim como tem acontecido em todos os
jogos da França, a expectativa é novamente de casa cheia.
Nos últimos dias, desde que se teve e
confirmação do confronto com as anfitriãs, o Brasil se tornou centro das
atenções para a mídia local que acompanha a Copa do Mundo. Na véspera do duelo,
o técnico Vadão e a atacante Debinha concederam entrevista coletiva e receberam
uma chuva de perguntas de franceses.
Por algumas vezes, tiveram de repetir
que era possível vencer as adversárias.
- Apesar dos problemas que tivemos,
temos uma seleção que tem condição de fazer frente à França. A França tem
torcida a seu favor, vive momento especial, quesitos que favorecem, mas
tecnicamente falando, as coisas só vão se resolver no campo. Nós nos sentimos
muito confiantes em relação ao jogo - disse o treinador brasileiro.
Nesta Copa do Mundo já se conhece os motivos que tornam a França uma das favoritas no
duelo deste domingo e também ao título.
Mas além da garra que as jogadoras
têm mostrado diante das adversidades, quais motivos temos para acreditar que o
Brasil é capaz de superar mais uma vez os problemas recentes, surpreender e
frustrar as donas da casa diante de sua torcida?
A melhor de todos os
tempos. Por mais tempo
Marta desembarcou na França rodeada
por dúvidas. A lesão na coxa esquerda sofrida no início da preparação a tirou
da estreia do Mundial. Jogou 45 minutos na segunda partida e quase 80 minutos
no terceiro compromisso do Brasil. Após bater o recorde de gols em Copas do Mundo,
a camisa 10 disse, na saída de campo, que ainda não estava 100%. E que isso
viria gradativamente.
Agora, a expectativa dela e da
comissão é de que no duelo decisivo a capitã aguente o jogo inteiro. Um peso
técnico e psicológico para o time. Ficou claro, principalmente na virada
sofrida diante da Austrália no primeiro tempo, que a presença de Marta
influencia não só as brasileiras, mas também a forma como as adversárias
encaram a Seleção.
A força de uma
Formiga
Aos 41 anos e disputando a sétima
Copa do Mundo, Formiga é tratada como insubstituível pelo técnico e pelas
companheiras. Suspensa, não jogou contra a Itália e passou os últimos dias em
tratamento de uma entorse no tornozelo. Voltou ao campo na véspera da partida.
A presença não foi confirmada pelo técnico Vadão, mas a expectativa da comissão
técnica e médica é de poder contar com a veterana no duelo.
Formiga pode não ter a mesma
velocidade de outros tempos, mas sua leitura de jogo será fundamental para o
Brasil tentar impedir avanços do forte ataque francês. Além disso, a camisa 8
atua na liga da França e está acostumada a enfrentar nomes como Amandine Henry,
Le Sommer e Wendie Renard.
Cristiane e sua
última Copa do Mundo
A artilheira do Brasil já soma quatro
gols nesta Copa e, mais do que isso, tem sido liderança fundamental dentro e
fora de campo. Com seu discurso motivador, Cristiane ajuda, sobretudo as mais
novas, no processo de não deixar o nervosismo subir na cabeça (como aconteceu
diante da Austrália).
A atacante já deixou claro que esse
será seu último Mundial. Assim como Marta, disputa a quinta Copa. Maior
goleadora da história do futebol olímpico e uma das maiores do futebol
brasileiro, há expectativa de que ela, que também se recuperou de lesões antes
do torneio, aguente o máximo possível em campo. Sabe que é fundamental.
- Chegamos em uma fase que não dá
mais para cometer erros, agora quem perder volta pra casa. Então, acho que
temos que impor o nosso melhor futebol, não tem que ter medo de nada, temos que
enfrentar de igual pra igual. Vamos pra cima - disse Cristiane.
O caminho até as
oitavas:
O Brasil teve uma primeira fase
irregular, com vitória tranquila sobre a Jamaica por 3 a 0, derrota amarga para
a Austrália por 3 a 2, depois de ter aberto dois gols de vantagem, e a
classificação suada ao bater a Itália por 1 a 0. As brasileiras ficaram atrás
das italianas por causa do saldo de gols e das australianas por conta dos gols
pró.
A França, por sua vez, chega invicta ao mata-mata. As donas da casa sofreram
apenas um gol na primeira fase - contra, marcado pela zagueira Renard. Nos
últimos 17 jogos, as adversárias da Seleção só perderam uma vez.
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