A cúpula da CPI da Covid do Senado decidiu adiar o depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Marques após receber sinalizações de ministros de tribunais superiores de Brasília de que seria melhor aguardar o resultado das quebras de sigilo do servidor.
Senadores da comissão relataram à coluna terem recebido indicações de integrantes do TCU e do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o sigilo telemático de Marques, já quebrado pela CPI, deve revelar troca de mensagens entre o auditor e pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro.
Marques foi afastado do cargo de auditor após ser apontado como o responsável por elaborar uma análise que levou Bolsonaro a divulgar notícia falsa de que o TCU questionava o número de mortes por Covid-19 no Brasil. O pai do servidor, vale lembrar, foi colega de turma do Exército do presidente da República.
Diante da “dica” de integrantes do TCU e do STF, senadores avaliaram que seria melhor ouvir o auditor apenas quando a comissão tiver em mãos o que chamam de “batom na cueca” revelado pela quebra de sigilo telemático. Dessa forma, poderão confrontar Marques com as provas.
A cúpula da CPI também quer aguardar informações sobre o processo disciplinar interno conduzido pela Corregedoria do TCU para apurar a conduta do auditor. Senadores pretendem pedir à Corte de Contas o compartilhamento das investigações com a comissão.
Diante de todo esse contexto, integrantes da CPI consideram que a decisão do ministro do Supremo Gilmar Mendes autorizando o auditor a ficar em silêncio no depoimento que ocorreria nesta quinta-feira (17/6) acabou vindo a calhar. A nova data para a oitiva ainda não foi marcada.
Metrópoles
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