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domingo, 6 de junho de 2021

Saiba quem é o Coronel Nunes, que assume a CBF durante o afastamento de Caboclo


O afastamento do presidente Rogério Caboclo, por 30 dias, por determinação do Conselho de Ética da CBF, traz de volta ao cargo o vice-presidente mais velho da entidade, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, 82 anos.

Caboclo foi afastado após uma funcionária o denunciar por assédio sexual e moral. Com isso, de acordo com o estatuto da entidade, o Coronel Nunes assume enquanto Caboclo está afastado para se defender das acusações.

Nunes chegou a ser presidente interino da CBF em 2016, após Marco Polo Del Nero, então presidente, pedir licença do cargo “por motivos pessoais”. Del Nero acabaria afastado definitivamente do posto após ser banido do futebol pela Fifa por causa de denúncias de corrupção.

A chegada de Nunes ao poder naquele momento, entretanto, ocorreu por causa de uma "manobra política" de Del Nero, após ter sido banido pela Fifa, consagrando o militar como uma espécie de "presidente decorativo".

O cenário não impediu Nunes de cometer uma série de gafes durante sua gestão temporária na entidade. Durante a Copa da Rússia, em 2018, Nunes quebrou um acordo que existia entre os países da Conmebol, dentre eles o Brasil, de apoiar a candidatura de Canadá, Estados Unidos e México para a Copa de 2026.

Por contra própria e surpresa até mesmo de integrantes da própria CBF, Nunes votou no Marrocos. A candidatura vencedora, no entanto, acabou mesmo com os países da América do Norte. Após a gafe, Nunes revelou acreditar que seu voto era secreto. Mas era público.

A situação gerou descontentamento no Conselho da Conmbeol, do qual Nunes faz parte, cargo pelo qual recebia na época R$ 75 mil por mês. Durante os treinos da seleção, confundiu atletas, chamando o atacante Taison de Fernandinho e o lateral Fagner de "Vagner".

Outras gafes se somaram à sua atrapalhada gestão. Em entrevista na Rússia, disse que a seleção buscava seu primeiro título mundial em solo europeu (o título de 58 foi na Suécia), disse que a Fifa poderia preparar a taça na Rússia para o Brasil (a equipe acabaria eliminada nas quartas de final para a Bélgica) e ainda confundiu o Mar Morto com o Mar Vermelho.

Os embaraços fizeram com que a CBF acabasse afastando Nunes dos demais eventos do Mundial da Rússia, ficando em um hotel de luxo em Moscou, sem comparecer às tribunas de honra e eventos oficiais da seleção no período do Mundial. No futebol, Nunes foi presidente do Paysandu e por cerca de duas décadas presidente da Federação Paraense de Futebol.

Antônio Carlos Nunes foi comandante militar e prefeito biônico de Monte Alegre (PA) - ou seja, foi investido no cargo mediante a ausência de sufrágio universal e cujo parâmetro para a escolha era a sanção das autoridades de Brasília durante o Regime Militar.

O que diz o estatuto da CBF

Agora, caso Caboclo também acabe banido, novamente Nunes é quem assume. O estatuto, entretanto, prevê que neste caso Nunes terá 30 dias para organizar nova eleição. Neste cenário, apenas os atuais vice-presidentes da entidade poderiam concorrer ao pleito: o próprio Coronel Nunes, Antônio Aquino, Ednaldo Rodrigues, Castellar Guimarães, Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Marcus Vincente e Gustavo Feijó.

Créditos: Gazeta do Povo

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