Guiné x Marrocos, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, é suspenso após golpe de Estado

 

A seleção de Marrocos foi evacuada da capital de Guiné, Conakry, neste domingo, depois que a partida entre os marroquinos e a equipe da casa, pelas eliminatórias africanas da Copa do Mundo-2022, foi suspensa por causa de um golpe de Estado no país do Oeste da África.

Os atletas de Marrocos foram embora de avião logo depois que a CAF (Confederação Africana de Futebol) comunicou que a partida não iria acontecer.

Em contato com a ESPN, o goleiro da seleção marroquina, Anas Zniti, afirmou que todos os atletas do plantel estão bem, apesar de terem visto diversas cenas de violência em Conakry neste domingo.

Mais cedo, o meio-campista Sofyan Amrabat postou diversas imagens de militares circulando pelas ruas da capital de Guiné em seu Instagram.

Os atletas ainda disseram que foi recomendado que ficassem dentro de seu hotel o tempo todo, longe de portas e janelas.

A situação política e de segurança da Guiné é volátil no momento e está sendo monitorada pela Fifa e pela CAF", escreveu a Confederação Africana, neste domingo.

"Para garantir a segurança de todos os jogadores e árbitros, a Fifa e a CAF decidiram adiar o jogo entre Guiné e Marrocos, que estava marcado para acontecer em Conakry, nesta segunda-feira. As informações sobre a nova data serão divulgadas posteriormente", completou.

Marrocos treinou na Guiné no último sábado, mesmo dia em que o golpe de Estado começou, com muitos barulhos de tiros sendo ouvidos por Conakry, de acordo com reportagem da BBC.

Em entrevista ao jornal L'Équipe antes do adiamento da partida, o técnico de Marrocos, Vahid Halilhodzic, confessou estar muito assustado.

"Estamos no hotel e ouvimos barulhos de tiros o dia todo. Estamos esperando permissão para deixar o país através do aeroporto", afirmou.

Enquanto o ministro da Defesa de Guiné disse que o golpe de Estado não teve sucesso, ainda não se sabe o que ocorreu com o presidente do país, Alpha Conde. A ESPN viu imagens neste domingo de vários cadáveres espalhados pelas ruas de Conakry.

Um comunicado enviado à reportagem pela "Frente Nacional pela Defesa da Constituição", que é uma coalizão de partidos de oposição ao atual presidente, afirmou que Conde foi preso.

Residentes do distrito de Kaloum, que fica próximo à sede do Governo, foram ordenados para ficarem dentro de suas casas enquanto as forças militares assumem controle das fronteiras do país.

ESPN