Atualmente, o Brasil ainda não produz hidrogênio mas, se os projetos planejados ganharem forma, é possível que o país possa virar um grande protagonista no mercado, com um grande destaque para a região Nordeste. Os primeiros passos para produzir o combustível do futuro já foram dados, principalmente pelo estado do Ceará, que em fevereiro lançou o projeto do HUB de Hidrogênio Verde. Se trata de uma parceria que envolve o Governo do Estado e a Federação das Indústrias do Ceará.
Estado no Nordeste assina 12 contratos para a produção de hidrogênio verde
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará já assinou 12 memorandos de entendimento com empresas de vários países, interessadas em erguer fábricas de produção do combustível do futuro.
O hidrogênio é produzido em um processo de submeter a água a uma corrente elétrica. Tal descarga separa as moléculas de hidrogênio e de oxigênio, gerando o gás. Se a eletricidade que é utilizada para converter a água vem de uma fonte renovável, como o vento e o sol, não há emissão de poluentes.
Entre as empresas que assinaram os memorandos, está a australiana Enegix, que visa investir US$ 5,4 bilhões em sua fábrica de combustível do futuro, chamada de Base One, que poderá ser a maior usina de H2V do mundo.
O projeto prevê a produção anual de 600 mil toneladas de CO2. Segundo Maia Junior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, em 15 ou 20 anos, o Nordeste poderá ter um papel essencial no mercado de hidrogênio verde internacional.
Maia Junior destaca o potencial do Nordeste para a geração de energia eólica
As palavras de Maia Junior são baseadas no fato de que o Ceará conta com a única Zona de Processamento de Exportação ativa no país. Além disso, o Nordeste brasileiro tem uma forte incidência de vento constante, com uma velocidade contínua e que não muda muito de direção.
Outro ponto que também contribui com o HUB de combustível do futuro do Ceará é o Porto de Roterdã, maior terminal marítimo europeu, que é dono de 30% do Porto de Pecém.
Devido aos holandeses também estarem criando um projeto semelhante ao do Ceará, o vínculo societário facilitaria a exportação para a Europa do hidrogênio gerado no Ceará.
UFC fecha parceria para o projeto de hidrogênio verde
De acordo com Maia Junior, o estado no Nordeste ainda está atraindo investidores e, para que os projetos ganhem vida, inovação é fundamental. É ai que entra a Universidade Federal do Ceará, que tem criado parcerias com companhias que desejam compor o HUB de combustível do futuro, buscando desenvolvimento tecnológico e a formação de profissionais.
No mês de setembro, a universidade assinou um acordo com a MingYang Smart Energy, fabricante de equipamentos para a geração de energias sustentáveis, como placas fotovoltaicas e turbinas eólicas.
O acordo entre as duas entidades também prevê o intercâmbio entre estudantes e professores da UFC e técnicos da chinesa, gerando um programa de pesquisa conjunto, além de um projeto-piloto offshore no Pecém.
RN assina acordo que prevê a geração de 5 mil vagas de emprego no mercado renovável
O Governo do Rio Grande do Norte assinou, também em setembro, um MOU com a empresa potiguar IER (Internacional Energias Renováveis) para desenvolver um projeto que combinará energia eólica offshore com solar e hidrogênio verde.
acordo com a governadora Fátima Bezerra, o objetivo do programa é impulsionar estas fontes de energia no estado que, inclusive, pode se tornar o primeiro do Brasil a ter produção eólica no mar. Para a construção do empreendimento, localizado entre os municípios de Pedra Grande e São Bento do Norte, serão investidos R$ 18 bilhões, com geração de cerca de 5 mil empregos.
Bahia, PE e PI apostam no combustível do futuro
O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou em novembro que o estado vai começar a produzir energia a partir do hidrogênio verde em janeiro de 2023. A usina será instalada em Camaçari, pelo grupo Unigel.
Segundo Costa, o mundo procura consumir cada vez mais energia de fontes limpas, e a Bahia atua para se destacar neste segmento. Ele destacou ainda que “energia atrai investimento”.
No Piauí, a Casa dos Ventos e a Nexway vão implantar na ZPE (Zona de Processamento de Exportações) de Parnaíba o projeto-piloto de uma planta de amônia para produção de H2V, que será usado como combustível veicular. As empresas estimam a geração de 250 kilowatts de hidrogênio para movimentar 2 ônibus no Piauí.
Já em Pernambuco, a Neoenergia e o Governo de Pernambuco assinaram, em junho de 2021, um MOU para construir uma cooperação para o desenvolvimento de um projeto-piloto de produção de H2V no Porto de Suape.
Petróleo e Gás
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