O primeiro ato de Musk como novo proprietário foi demitir os principais executivos da empresa. O empresário ainda não comunicou quem irá administrar a direção da empresa.
Após seis meses de idas e vindas nas negociações, o empresário Elon Musk finalizou na noite da última quinta-feira a compra da rede social Twitter por US$ 44 bilhões, no limite do prazo para honrar o compromisso, que havia assumido em abril, e evitar uma disputa judicial com os atuais acionistas. Apoiado por Jack Dorsey, fundador da empresa, Musk pretende fechar o capital da companhia, e alterar as diretrizes sobe as postagens dos usuários na rede, o que é motivo de preocupações no meio digital.
A Bolsa de Valores de Nova York suspendeu ontem as negociações com ações da plataforma e comunicou aos órgãos governamentais a intenção de retirar a companhia da lista de empresas negociadas em 8 de novembro.
Em post na plataforma, o bilionário, que é dono da fábrica de carros elétricos Tesla, e da lançadora de satélites Space X, publicou nota comunicando o fato aos investidores. "Houve muitas especulações sobre o porquê de eu ter comprado o Twitter e o que eu penso sobre publicidade.
A maioria delas estava errada", diz Musk na carta. "A razão pela qual eu adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma 'praça comum digital', onde uma ampla gama de crenças pode ser debatida de forma saudável, sem recorrer à violência."
O primeiro ato de Musk como novo proprietário foi demitir os principais executivos da empresa, como Parag Agrawal, presidente executivo, o chefe financeiro, Ned Segal, e Vijaya Gadde, chefe do Departamento Jurídico, de Políticas e Confiabilidade. O bilionário os havia acusado de mentir para ele e outros investidores sobre a quantidade de contas falsas na rede social.
Elon Musk ainda não comunicou quem irá administrar a direção da empresa e afirmou querer derrotar os bots de spam na plataforma, assim como tornar público os algoritmos que determinam como o conteúdo é apresentado ao usuário e impedir que o Twitter se torne uma câmara de eco para ódio e divisão.
A indefinição sobre o rumo que o Twitter seguirá afetou o mercado. A General Motors, maior montadora de veículos dos Estados Unidos, anunciou, ontem, que suspendeu temporariamente a veiculação de publicidade paga no Twitter para entender a direção da plataforma sob a nova gestão. "Como é normal no curso dos negócios, quando há uma mudança significativa em uma plataforma de mídia, nós temporariamente pausamos nossa publicidade paga", informou a companhia, em nota.
Após a aquisição, Elon Musk foi parabenizado pelo ex-presidente Donald Trump, que teve sua conta no Twitter fechada após o ataque ao Congresso dos EUA em janeiro de 2021. "Agora, o Twitter está em mãos sensatas", publicou Trump, em nota. O rapper Kanye West (conhecido como Ye) teve sua conta restabelecida. A plataforma havia restringido o perfil de Kanye no início de outubro devido a comentários antissemitas.
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