Nessa bolsa de apostas seleta, Gleisi Hoffmann, Alexandre Padilha, Aloizio Mercadante, Fernando Haddad e Marina Silva possuem lugar garantido no primeiro time do governo Lula 3.0. Simone Tebet também só não vai para o ministério se não quiser. E Rui Costa, governador da Bahia, também terá um espaço cativo no governo.
Por ora, Haddad é um dos campeões das projeções que os lulistas fazem nos bastidores. O ex-prefeito de São Paulo foi derrotado na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes no segundo turno, mas saiu da disputa com a maior votação já recebida por um candidato do PT ao governo paulista – 10,9 milhões de votos (44,73% dos votos válidos).
A equipe da coluna apurou que, hoje, duas pastas são as mais cotadas para Haddad: o Ministério das Relações Exteriores e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em comum, os dois ministérios têm forte projeção, visibilidade midiática e exigem do seu titular habilidade política na costura de acordos e negociações.
Combinam, ainda, com duas prioridades de Lula em seu terceiro mandato: fazer um governo de projeção global, reinserindo o Brasil na diplomacia internacional, e trabalhar pelo que o petista chama de "reindustrialização" do país.
No QG lulista, a avaliação é a de que Haddad errou na estratégia adotada no primeiro turno da disputa pelo governo de São Paulo, quando concentrou os ataques nas administrações tucanas, ao invés de reproduzir a nível estadual a polarização PT-Bolsonaro da corrida presidencial. Mesmo assim, o ex-prefeito deverá ser “compensado” com alguma pasta de envergadura.
Só que Haddad não pretende retornar para a antiga pasta que comandou de 2005 (governos Lula 1.0 e 2.0) até 2012 (governo Dilma), tornando-se o mais longevo ministro da Educação da história.
Durante os acertos da aliança petista, Lula sinalizou que o MEC poderia ficar com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que abriu mão de disputar uma vaga no Senado em prol do acordo entre PT e PSD em Minas. Mas para garantir a governabilidade e acomodar novas forças políticas, talvez Lula tenha de mudar os planos.
Considera-se que, nesse arranjo, o cargo pode acabar sendo ocupado por Izolda Cela, governadora do Ceará que foi preterida por Ciro Gomes para disputar o cargo nesta eleição e acabou saindo do PDT por causa disso.
O ex-ministro Aloiio Mercadante também é outro nome dado como certo no terceiro governo de Lula, ou para o Itamaraty ou para a pasta do Planejamento, que foi fundida à Economia no governo Bolsonaro e deve ser desmembrada novamente.
Já a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, é cotada para assumir outro cargo estratégico: a chefia da Casa Civil, que já ocupou nos primeiros anos do governo Dilma, quando assumiu o posto após a queda de Antonio Palocci – e ficou conhecida como “dama de ferro” e “Dilma da Dilma”.
Lula quer um nome d perfil político para o cargo, que é uma espécie de posto-chave na articulação com os outros ministérios.
Já a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, é cotada para assumir outro cargo estratégico: a chefia da Casa Civil, que já ocupou nos primeiros anos do governo Dilma, quando assumiu o posto após a queda de Antonio Palocci – e ficou conhecida como “dama de ferro” e “Dilma da Dilma”.
Lula quer um nome de perfil político para o cargo, que é uma espécie de posto-chave na articulação com os outros ministérios.
Quem também pode voltar para o posto que já ocupou no passado é a ambientalista Marina Silva, eleita deputada federal por SP e um dos nomes favoritos para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
Outra pessoa que pode ocupar essa pasta é Izabella Teixeira, que já foi ministra durante o governo Dilma. Mas, de acordo com a equipe de Lula, Marina tem mais chances por ser uma figura de projeção internacional.
Outra pessoa que pode ocupar essa pasta é Izabella Teixeira, que já foi ministra durante o governo Dilma. Mas, de acordo com a equipe de Lula, Marina tem mais chances por ser uma figura de projeção internacional.
Lula pretende resgatar o protagonismo da pasta e colocar a pauta ambiental como uma das prioridades de sua gestão, até como forma de se contrapor à gestão de Bolsonaro, marcada pelo negacionismo científico e o aumento do desmatamento na região amazônica.
Nos últimos dias, também voltou a ganhar força entre os petistas o nome do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) para chefiar o Ministério da Economia.
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O parlamentar vem sendo lembrado porque, durante a campanha, teve uma série de conversas com empresários, investidores e banqueiros, a pedido de Lula, para diminuir a resistência e as desconfianças com a falta de propostas concretas do petista na área econômica.
Também crescem as menções a seu nome porque Lula já sinalizou que pretende colocar um político no cargo, para negociar com o Congresso. Outro motivo para as apostas é o fato de que o presidente eleito não quer tirar muitos dos novos senadores eleitos de seus cargos para não desfalcar a defesa do governo no Senado, onde o PL de Jair Bolsonaro tem a maior bancada, com 15 integrantes.
Outro sinal que aumentou o cacife de Padilha foi o fato de que Lula já convidou o governador Rui Costa, da Bahia, para compor o primeiro escalão, mas até onde se sabe não será a Fazenda. Rui também vinha sendo lembrado para a pasta. Não sendo ele, Padilha cresce.
Mas quem disser que sabe com certeza quem o presidente eleito vai colocar na pasta mais importante do governo estará mentindo. Se Lula já decidiu o que fará, fez desse o segredo mais bem guardado do petismo.
Enquanto alguns nomes são dados como certos, outros permanecem em aberto. Para o Ministério da Defesa, por exemplo, Lula quer um civil, mas o nome de quem deve assumir a pasta ainda é um mistério. “Será um civil? Quem? Ninguém sabe”, disse um próximo interlocutor do presidente eleito.
Em conversas reservadas, os generais de quatro estrelas dizem que o mais bem aceito seria Geraldo Alckmin, justamente por não ser petista e ter perfil considerado um moderado.
Mas as chances de o vice-presidente ocupar um ministério não parecem muito grandes, segundo os lulistas mais próximos. Até porque é complicado nomear como ministro alguém que não se pode demitir.
Por enquanto, o que se diz é que Alckmin terá um papel de coordenação das ações de governo.
O Globo
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