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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Bolsonaro entra com queixa-crime contra hacker no DF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que irá apresentar uma queixa-crime contra o hacker Walter Delgatti Netto por crimes contra a honra. Os advogados do ex-mandatário estão reunidos, na tarde desta quinta-feira, e avaliaram que ele sofreu calúnia e difamação durante o depoimento prestado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional.

Na sessão, Delgatti Netto afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria sido grampeado. Segundo ele, em uma reunião com Bolsonaro, em 2022, ouviu que o governo já tinha conseguido grampear o magistrado e pediu que ele assumisse a autoria do crime.
Bruno Spada - Câmara dos Deputados
Ex-juiz rebateu ataque de hacker, o chamou de ‘bandido’  e disse que governistas o tratava como ‘herói’

Ex-juiz rebateu ataque de hacker, o chamou de ‘bandido’ e disse que governistas o tratava como ‘herói’

Segundo ele (Bolsonaro), eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse Delgatti.

“Eu era o hacker da Lava-Jato, né. Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a 'Vaza-Jato', que eu fui, e eles apoiaram. Então, a ideia seria um garoto da esquerda assumir esse grampo”, afirmou. 

Delgatti Netto relatou ter encontrado com o ex-presidente durante um café da manhã, em agosto do ano passado, em que ele o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o hacker, Bolsonaro teria dito "eu preciso que você vá até o ministério da Defesa e converse com os técnicos".

Moro voltou à ofensiva. “Bandido aqui, desculpe, Sr. Walter, que foi preso, é o senhor”, atacou. Delgatti rebateu, e disse que Moro só não foi preso porque tem foro privilegiado.

O senador paranaense citou uma lista com 176 nomes que foram invadidos por Delgatti, como o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o deputado e presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), e os senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Cid Gomes. O hacker afirmou que invadiu mais do que os 176 aparelhos, inclusive de políticos de esquerda. “Porque eu fui imparcial, eu invadi inclusive um telefone que tinha o nome de Lula, e não encontrei nada”, argumentou.

“Muito mais que isso. Inclusive, eu cheguei às conversas de V. Exa. com o então Procurador Dallagnol. E essas conversas foram chanceladas pelo STF e são utilizadas até hoje para anular condenações de pessoas inocentes”, complementou o hacker. Moro perguntou se Delgatti acreditava que pessoas cometeram crimes contra Petrobras e roubaram dinheiro. O hacker respondeu que preferia ‘ficar com a versão do STF’.

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