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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Israel x Hamas: países temem escalada, mas travam acordo contra guerra


O Conselho de Segurança da ONU se debruçou novamente sobre a questão, mas não chegou a uma resolução com medidas humanitárias.

Esta terça (17/10) marca o 11º dia da guerra entre Israel e o Hamas. O conflito, ainda sem previsão de chegar ao fim, até o momento, resultou em mais de 4 mil mortes e lançou a Faixa de Gaza, região onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, em uma crise humanitária. Nesse cenário, atores internacionais se articulam para evitar mais óbitos e um embate com proporções ainda maiores.

Na noite dessa segunda-feira (16/10), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a discutir uma resolução que trata do conflito entre Israel e o grupo radical. O objetivo seria frear a guerra de forma a conter as consequências humanitárias na região.

A cúpula, porém, não chegou a um consenso. Com duas minutas na mesa, apenas uma delas foi votada. O texto apresentado pela Rússia pedia um cessar-fogo imediato, além de ajuda humanitária, mas sem condenar diretamente o Hamas.

A proposta não passou. A ideia de cessar-fogo imediato contraria a posição dos Estados Unidos do direito de Israel retaliar os ataques do Hamas por meio dos bombardeios à Palestina.

A outra minuta na mesa do conselho partiu do Brasil. A proposta condena o Hamas pelos ataques e pede que seja suspensa a medida de desocupação exigida por Israel aos moradores da região norte da Faixa de Gaza.

Anda que agrade mais países, entre eles os Estados Unidos, não é garantida a aprovação, já que seriam necessários nove votos do 15 e nenhum dos membros permanentes poderia vetar o texto. A Rússia apresentou emendas à redação, que ainda devem ser apreciadas.

Ainda que não tenham decidido uma medida sobre o conflito, as falas dos membros foram unânimes em reconhecer a gravidade da situação a que os cidadãos da Faixa de Gaza estão submetidos e a necessidade de ações humanitárias na região.

Mortos e crise humanitária

A guerra entre Israel e o Hamas, até o momento, resultou na morte de pelo menos 4.178 pessoas de ambos os lados do conflito. O Ministério da Saúde da Palestina, nessa segunda-feira (16/10), informou que 2.778 pessoas perderam a vida em seus territórios. Israel apontou 1,4 mil mortes.

Na última sexta-feira (13/10), as Forças de Defesa de Israel determinaram que todos os civis da área deixassem o norte da Faixa de Gaza. A ONU alertou, porém, ser impossível esse deslocamento sem “consequências humanitárias devastadoras”.

O governo de Israel estendeu o prazo para desocupação, mas não recuou da medida, o que levou centenas de milhares de famílias a deixarem tudo para trás. E, em meio a essa mobilização, os ataques não cessaram.

Os bombardeios contra a Faixa de Gaza se somam à falta de suprimentos de primeira necessidade, a partir da iniciativa de Israel de ordenar um cerco total à região. Gaza tem carecido, por exemplo, de alimentos, combustíveis e remédios.

Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nessa segunda (16/10), que restam “24 horas de água, eletricidade e combustível” na Faixa de Gaza e que, depois que esse prazo acabar, “uma verdadeira catástrofe” vai se instalar na região.

Ahmed Al-Mandhari, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, pediu autorização para a entrada de comboios de ajuda. Esse apoio humanitário está preso no portão de Rafah, entre Gaza e Egito.

Acirramento do conflito

O conflito entre os israelenses e o grupo radical escalou no último dia 7, quando o Hamas empreendeu um ataque-surpresa contra o território israelense. Em retaliação, Israel declarou guerra e passou a promover bombardeios à Faixa de Gaza.

Além do disparo de mísseis contra o território palestino, Israel ameaça ampliar o contra-ataque por meio da invasão da Faixa de Gaza por “ar, mar e terra”. No último sábado (14/10), o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o ataque à região ocorrerá “muito em breve”.

A tensão também cresceu na fronteira norte, quando, no dia seguinte ao ataque do Hamas, o Hezbollah, grupo armado apoiado pelo Irã, em solidariedade aos palestinos, iniciou o disparo de mísseis contra uma região alvo de disputa entre o Líbano e Israel. Nessa esteira, Israel reagiu, e a troca de ataques segue.

O conflito na fronteira norte acentua a tensão de que um novo ator entre na disputa, o que aumentaria a violência na região. Um documento das Forças de Defesa de Israel (FDI), ao qual o Metrópoles teve acesso, aponta que a participação direta do Hezbollah no conflito poderia levar a uma “guerra destrutiva”.

O relatório das FDI acrescenta que não faz parte dos interesses de Israel escalar o conflito com o Hezbollah, mas que agirá de forma a defender os seus cidadãos, onde quer que sejam ameaçados.

Metrópoles 

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