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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Ciro Gomes sobre Elon Musk x Alexandre Morais


A esculhambação é tão grande e tão generalizada que está ficando muito difícil para alguém que queira ser equilibrado e procure julgar o justo sem preconceitos e facciosismo. Detesto dizer, não foi por falta de aviso!

Alguns pingos nos “is” e seguimos adiante para ordenar nosso olhar sobre este mais do que constrangedor episódio envolvendo um ministro do STF e um playboy bilionário sul-africano, naturalizado norte-americano.

Elon Musk é coisa muito ruim e muito perigosa para o mundo! Que ninguém alimente a menor ilusão: ele não tem o menor apreço pela democracia, muito menos por liberdade de expressão. É um mané ganhão de dinheiro com uma goela monstruosa de ambição pelo poder. Agora, sejamos humildes, burro não é!

Escolheu de forma muito hábil a hora, o tema e a forma para provocar o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que, tenho desgosto em dizer, caiu na esparrela como um patinho. Agora a coisa tomou ares de constrangimento irrespondível. Desde o início estava claro que iria ser assim. Só uma mistura de arrogância com ingenuidade poderia imaginar que seria diferente.  

O assunto virou interessante e oportunista para os reacionários do mundo trumpista, nos Estados Unidos, em plena campanha eleitoral. Uma comissão por eles dominada (que importa, se é assim que as coisas da política são?) liberou um catatau de papéis (quase 500 páginas) com evidências para lá de constrangedoras em relação às práticas unipessoais e precárias (mas com efeito instantâneo e irreparáveis) do ministro Alexandre de Moraes, em seu esforço de defender, “sozinho”, nossa democracia.  

Criou-se o MoraesLeak, ou seja, um vazamento de grandes proporções de decisões secretas (???). Todas numa única direção do espectro político partidário. Nenhuma com presunção de inocência, ampla defesa, nem contraditório, como manda a Lei.  

A pressa, compreensível em assuntos desta natureza, não dispensa o devido processo legal e meios abundantes há para fazer valer o direito sem violentá-lo, seja a que pretexto for, seja por quem for! Quando um membro de uma Corte Judicial despreza seu coletivo, desce ao mundanismo político, aceita bater boca com possíveis réus, já perdeu! Não existe morismo do bem! Não existe fascismo e arbitrariedade para chamar de nosso… 

Em tempo, o STF soltou um esclarecimento de que todas as decisões foram motivadas, embora para os destinatários das ordens sumárias tenham chegado apenas os ofícios comunicando estas mesmas ordens. 

Data máxima vênia, está errado. Toda e qualquer ordem judicial há de ser motivada publicamente especialmente para seus destinatários. Agora, prejuízo enorme para nosso melhor conceito internacional consumado, só resta uma saída: transparência total, já!

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