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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

'Derrota para Musk': como a imprensa internacional repercutiu a volta da rede X ao Brasil

 


Ministro do STF Alexandre de Moraes tomou a decisão nesta terça-feira após pagamento de cerca de R$ 28 milhões em multa.


O X de Elon Musk foi autorizado a voltar a funcionar no Brasil após 39 dias de suspensão, em meio a um impasse de meses entre a empresa e o Supremo Tribunal Federal (STF). O desbloqueio imediato da plataforma, que deve ser em até 24 horas, repercutiu na imprensa internacional. Segundo o jornal americano "The New York Times", o processo significa "uma derrota para Musk". Já a rede CBNC, do grupo americano NBC, afirmou que o X "tem orgulho de voltar ao Brasil".

Suspenso no Brasil desde 31 de agosto, após uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, o X retorna no país depois de a empresa pagar multa de R$ 28,6 milhões (US$ 5,1 milhões), além de nomear um representante local, conforme exigido pela lei brasileira. O STF disse em comunicado na última terça-feira que "a empresa cumpriu as condições estipuladas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, e a plataforma poderá voltar a ser utilizada pelos brasileiros". 

Além de classificar como derrota de Musk, o "The New York Times" destacou que a rede do bilionário perdeu um mês de negócios em um dos seus maiores mercados. "A aparente resolução para a batalha que durou meses representou uma derrota para Musk, que se posicionou como um defensor contundente da liberdade de expressão. Sua empresa perdeu um mês de negócios em um de seus maiores mercados, permitindo que rivais ganhassem espaço lá, apenas para acabar exatamente onde começou", escreveu o jornal.

A rede britânica BBC pontuou que Musk, inicialmente, em vez de cumprir a determinação do ministro, fechou a sede da X no Brasil. A publicação também deixou claro que o empresário "passou meses depreciando Moraes, comparando-o ao vilão do cinema Voldemort, chamando-o de juiz 'falso' e descrevendo 'a tirania maligna de Moraes".

O site de notícias Wired informou que o bilionário “acabou cedendo à pressão”, mas ressaltou que a sua outra empresa, Starlink, que chegou a ser bloqueada no processo, deve ser isolada, de acordo com especialistas. Em entrevista a Wired, a especialista em comunicação digital Nina Santos destacou que Musk "não tinha escolha" a não ser ceder à Justiça, e ponderou que as pessoas no Brasil "estavam começando a não se importar" com a suspensão da rede social. "É muito mais fácil viver sem o X do que o Starlink no Brasil', disse Nina à revista.

O francês "Le Monde" ressaltou que o caso ocorreu após uma “enxurrada de desinformação online relacionada à campanha eleitoral de 2022”, e tratou o caso como um embate entre a liberdade de expressão versus a responsabilidade corporativa. “Moraes está envolvido em um impasse com Musk, o homem mais rico do mundo, há meses por causa de uma enxurrada de desinformação online relacionada à campanha eleitoral de 2022 no Brasil”, escreveu o periódico.

O Globo 

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