Em 26 de dezembro de 2016 foi publicada a Portaria interministerial
MEC-MF nº 8, que reajustou o Valor Anual por Aluno (VAA) do Fundeb em 4,9369%.
Com isso, o investimento médio per capita por estudante do ensino fundamental
urbano no país, em 2017, será de R$ 2.875,03.
No mesmo dia, o MEC informou que liberará até 29/12/16 a quantia de R$
1,25 bilhão, a título de antecipação do ajuste de contas do Fundeb 2016, para
fins de pagamento do piso do magistério nos estados e municípios que recebem a
complementação da União.
Essa segunda informação teve seus cálculos baseados no VAA do Fundeb
fixado pela Portaria Interministerial n. 7, de 15/12/16, que havia ajustado o
valor per capita de 2016 em R$ 2.739,77. E isso significa que não haverá outra
portaria de ajuste do VAA 2016, antes da divulgação oficial do VAA consolidado
do Fundeb, que deverá ocorrer até abril de 2017.
Diante dessas informações, o MEC já poderia fazer o anúncio do valor do
piso salarial nacional do magistério para 2017, no valor de R$ 2.298,80. A
quantia se pauta no critério de reajuste adotado pelo MEC desde 2010, à luz da
orientação da Advocacia Geral da União (AGU). E qualquer alteração nesse
critério, sem aprovação de Lei, significa grave insegurança jurídica na
condução da política remuneratória do magistério público da educação básica no
país.
A CNTE solicitou audiência com o MEC para tratar do anúncio do valor do
piso para 2017, mas até agora não obteve êxito. Porém, independentemente do
anúncio do MEC, os sindicatos filiados à CNTE devem proceder a cobrança do
reajuste dos vencimentos de carreira nas redes públicas de ensino, com base no
critério adotado até agora pelo Ministério.
Para se chegar ao percentual de reajuste do Piso em 2017, com base no
Parecer da AGU, deve-se comparar as Portarias Interministeriais nº 8, de
15/11/15, e nº 7, de 15/12/16. Ambas estão disponíveis no link:
http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/2014-07-16-18-19-35/fundeb-legislacao.
Portanto, o percentual de 7,64%, válido para reajustar o piso no ano de
2017, é extraído dos valores per capita do Fundeb aplicados durante os
exercícios de 2015 (R$ 2.545,31) e 2016 (R$ 2.739,77). E como dito acima,
qualquer tentativa de burla desse critério significará grave insegurança
jurídica, podendo a CNTE e/ou seus sindicatos filiados acionarem o Poder
Judiciário.
Piso em 2018
Caso se mantenham o critério de reajuste do Fundeb (sem aprovação de
nova Lei) e o valor per capita para 2017, divulgado na Portaria
Interministerial nº 8, de 26/12/16, o valor do piso nacional do magistério em
2018 deverá ser de R$ 2.412,29, pois valerá como percentual de reajuste a
diferença entre os VAAs praticados em 2016 (R$ 2.739,77) e 2017 (R$ 2.875,03),
que é de 4,9369%.
Novo critério de ajuste de contas do Fundeb
O novo critério de ajuste de contas do Fundeb anunciado pelo MEC, mês a
mês, ao invés de aguardar a consolidação do valor mínimo anual nos meses de
abril de cada ano, é uma reivindicação antiga da CNTE que vinha sendo negociada
com o governo Dilma para melhorar as condições de financiamento da política
salarial do piso nos estados e municípios que recebem a complementação do
Fundeb.
Não tinha sentido o governo federal represar os
repasses dos valores integrais do Fundeb, que são essenciais para o pagamento
da principal despesa educacional. Contudo, ainda falta avançar na
regulamentação do piso para todos os profissionais da educação (art. 206, VIII
da CF-1988) e nas diretrizes nacionais de carreira – duas pautas em discussão
com o antigo governo – e na consolidação da estratégia 17.1, que trata do fórum
permanente para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso
salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação
básica, com representação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos trabalhadores da educação. O Fórum foi instalado em 2015, na
gestão do Ministro Aloizio Mercadante, e precisa ser mantido com vistas a orientar
a política remuneratória do magistério para se atingir a meta 17 do Plano
Nacional de Educação.
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