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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Com a palavra o Exmo Senhor Presidente da Republica: As Redes Sociais.


Roberto James
Essa semana o RN testemunhou o caso da linda menina que precisava ir a recife para um transplante de coração. Sem jeito e com pouca fé a família se apoiou no médico que, dilacerado pela dor da criança, usou a sua patente brasileira de doutor e agiu enviando, para as tais redes sociais um apelo para esta jovem. De repente esse apelo viraliza e todos comentam, compartilham, curtem e de um nobre médico corre por centenas de milhares de anônimos atingindo outros tantos. Todos, ou grande parte, compadecida da dor da família, outros por modinha, então resolveram participar dessa corrente imaginária de pedir pela vida da menina.

Das redes sociais para a TV e de repente as autoridades tomam pé do assunto e numa tentativa desesperada de fazer uma agenda positiva correm para garantir a transferência da menina. O carnaval foi feito, filmado e compartilhado na TV e nas ilustríssimas redes sociais, a menina enfim foi levada, e com a poeira baixando não deixaram de surgir histórias de heróis anônimos, policiais, médicos, enfermeiros e pessoas maravilhosas que deram o seu quinhão de participação nessa comovente saga da menina que queria um coração.

Quando a musica parou veio à tona a reflexão: Quantas meninas esperando um coração têm por ai? Quantas pessoas desesperadas por um medicamento, um exame, uma cirurgia estão nos corredores de hospitais ou em casa desamparadas sem poder levar sua vida normal? Como atender tantas pessoas carentes, desinformadas que não tem o tal valente e carinhoso doutor para pedir, encarecidamente, ao Exmo Presidente da República, aquele que deveria atender e responder os anseios dos pobres compatriotas, as redes sociais para que a comoção gerasse energia movedora de autoridades e assim os problemas fossem resolvidos.

A sociedade ficará refém das mídias sociais para resolver seus problemas? Desse modo, mesmo sem dinheiro, poucos serão afortunados de caírem nas graças dos milhares de anônimos que gastam seu tempo em compartilhar histórias de desconhecidos que precisam de ajuda. Será que somente através desse tipo de mobilização a segurança pode melhorar? Somente expondo de casa em casa, ou melhor, falando de celular em celular poderá a sociedade resolver seus anseios sem precisar de seus representantes nas câmaras, assembleias e congresso?

Esta reflexão não pode tirar o brilho de uma ação como a que foi vista. Essa menina conseguiu fazer seu transplante. Uma linda vida que tem todo seu tempo a frente foi salva. Isso não tem preço. Mas aqueles que não tiveram a graça de ser escolhido pelas mídias sociais estão à margem de terem seus problemas resolvidos e essa mesma sociedade, nem que seja pelas mídias sociais, tem que levar essa reflexão adiante. Não se pode simplesmente ignorar e deixar que os sorteados dessa grande roda gigante das redes sociais sejam os únicos beneficiados. Se isso acontecer à desigualdade só tende a aumentar.

Roberto James
Administrador de Empresas
Consultor de negócios
Mestrando em Psicologia
Comportamento do Consumidor






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