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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Tebet anuncia apoio a Lula para o segundo turno: 'Reconheço seu compromisso com a democracia'

Senadora, que almoçou com o ex-presidente nesta quarta-feira, entregou cinco sugestões que espera ver incorporadas ao programa de governo do petista e disse que "não cabe a omissão da minha neutralidade"; seu partido, o MDB, já havia liberado diretórios.




Terceira colocada na disputa pela Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB) anunciou, em vídeo divulgado em suas redes sociais, que vai apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Mais cedo, ela já havia almoçado com o petista, em encontro na casa da ex-prefeita Marta Suplicy, em que entregou cinco sugestões que espera ver incorporadas ao programa de governo de Lula.

Leia a íntegra do discurso de Simone Tebet em apoio a Lula para o segundo turno

Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Lula terminou o primeiro turno em primeiro lugar, com 48,4% dos votos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) está atrás dele, com 43,2%.

Ao anunciar seu apoio ao petista, Tebet afirmou que lançou sua candidatura à Presidência em meio a um clima de ódio, destacou seus mais de 4,9 milhões de votos na terceira colocação ao Planalto e disse "não estar autorizada a abandonar as ruas e as praças enquanto a decisão soberana, do eleitor, lhe autorizar".

Tebet afirmou que lançou sua candidatura à Presidência em meio a um clima de ódio, destacou seus mais de 4,9 milhões de votos na terceira colocação ao Planalto e disse "não estar autorizada a abandonar as ruas e as praças enquanto a decisão soberana, do eleitor, lhe autorizar".

— Pelo amor que tenho ao Brasil, à democracia e à Constituição, peço desculpas aos meus amigos que imploraram pela minha neutralidade, para dizer que o que está em jogo é muito maior que todos nós. Neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair minha história de vida pública. Não anularei meu voto, não votarei em branco, não cabe a omissão da minha neutralidade — disse a senadora.

Tebet também criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua gestão durante a pandemia, e disse que ainda mantém suas críticas a Lula, inclusive pelo pedido pelo "voto útil" na reta final da campanha presidencial.

— Depositarei nele o meu voto, porque reconheço seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente. Meu apoio não será por adesão, é por um Brasil que sonha, um Brasil de todos, com desenvolvimento sustentável, reformas estruturantes, que respeite o agronegócio e o meio-ambiente, e que defende ideias que espero ver acolhidas. Tendo sempre a responsabilidade fiscal e a âncora fiscal para atender o que é social — prosseguiu a senadora.

Entre as propostas sugeridas à campanha de Lula, Tebet defendeu medidas ligadas à educação, saúde, economia e renda, além de pedir o prosseguimento de projeto para igualar o salário entre homens e mulheres, e a igualdade racial (leia o manifesto na íntegra ao fim do texto).

— Quero finalizar dizendo que até 30 de outubro estarei na rua vigilantes. Minhas preces, por uma campanha de paz — concluiu a senadora.

Em entrevista à GloboNews, Tebet comemorou sua votação no pleito deste ano, apesar de seu desconhecimento. A senadora ressaltou que "seu amor pelo país não permite a neutralidade neste momento". Ela voltou a afirmar que, diferentemente de Lula, "o atual presidente não respeita a independência entre os Poderes". Tebet também reforçou a segurança das urnas eletrônicas e disse que, apesar de não ter contado com largo apoio político durante sua campanha, só precisa de "um caixote e um microfone".

Tebet também contou ter contestado, em conversa com o ex-presidente Lula, sua estratégia pelo "voto útil", que considera legítimo, mas não "sem apresentar propostas ao povo brasileiro". Ainda segundo ela, o apoio não se deu condicionado a cargos, mas pelo futuro do país.

— Em nenhum momento foi apresentado o pleito por cargos e sequer aceitaria essa discussão. Não quero cargos, ministérios, mas quero o Brasil que seja para todos —

À colunista do GLOBO Vera Magalhães, Tebet já havia afirmado que sua decisão, de apoiar Lula, "não é por adesão, é por um projeto de país". Participaram do almoço nesta tarde também a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher do petista, o candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o candidato ao governo paulista pelo PT, Fernando Haddad.

Antes de posar para foto ou gravar com Lula, porém, a senadora espera ter retorno do petista sobre as sugestões entregues a ele, ligadas à questão de gênero, como o compromisso de cotas para mulheres na composição do governo. Antes de oficializar o apoio, ela aguardava a postura de seu partido, o MDB, que liberou nesta manhã seus diretórios, filiados e dirigentes a se posicionarem como quiserem e decidiu manter a neutralidade.

Antes de oficializado, porém, o apoio foi pacificado no partido. Desde o início da campanha eleitoral, Tebet deixou claro que o principal adversário na disputa era o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas a projeção era de que a conversa com Lula definisse se o apoio à sua candidatura será protocolar e crítico ou se virá acompanhado de uma maior participação no processo eleitoral, afirmam pessoas próximas à senadora.
Nesta terça-feira, antes de se encontrar com Lula, Tebet esteve com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também na capital paulista, como mostra foto obtida com exclusividade pelo GLOBO. Como o petista e a senadora não têm uma relação pregressa, Alckmin atuou como um intermediário para inaugurar uma conversa entre os dois. O ex-governador paulista e a senadora compartilham pensamentos políticos semelhantes, e Alckmin é visto de fora como a figura que melhor representa o centro democrático na campanha do petista.

O Globo 

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