Pelo menos 36 pessoas morreram no Egito neste domingo em duas explosões em igrejas cristãs coptas – igreja cristã nacional do país -,
durante as comemorações do Domingo de Ramos, que marca o começo da
Semana Santa. O primeiro atentado deixou 25 mortos e sessenta feridos
dentro de uma igreja na cidade de Tanta, situada 120 quilômetros ao
norte da capital Cairo, informaram fontes de segurança e do Ministério
da Saúde. Poucas horas depois, onze pessoas foram vítimas de outra
explosão em Alexandria.
A primeira bomba atingiu os fiéis dentro do templo de Mar Guergues (São
Jorge, em árabe). O porta-voz do ministério da Saúde, Jaled Mugahed,
declarou à televisão estatal egípcia que os hospitais de Tanta já
receberam 21 corpos e 59 feridos. Em declarações à emissora privada On
TV, o premiê egípcio, Sherif Ismael, condenou o ocorrido e mostrou a
determinação do governo para acabar com o terrorismo no país. “Trata-se
de um ato terrorista impiedoso, mas erradicaremos o terrorismo do Egito e
temos a determinação para acabar com os grupos terroristas”, disse o
premiê.
Em Alexandria, no norte do Egito, um atentado suicida vitimou fiéis do lado de fora da igreja São
Marcos, segundo a emissora de televisão estatal do país árabe. O papa
Teodoro II, chefe da igreja copta, rezava uma missa dentro da catedral
no momento do ataque, mas não foi atingido.
Os coptas representam 10% da população do Egito e são o maior grupo
cristão do país, além de terem cerca de 1 milhão de fiéis no resto do
mundo. As perseguições contra o grupo cresceram em 2013, quando os
militares tomaram o poder do país e derrubaram o presidente Mohamed
Morsi, da Irmandade Muçulmana. Determinados grupos da maioria muçulmana,
como os terroristas do Estado Islâmico (EI), culpam os coptas de apoiar
o golpe militar e intensificaram ataques contra eles. No dia 11 de
dezembro, 28 fiéis da minoria cristã copta morreram em um atentado
cometido por um suicida contra uma igreja situada próxima da catedral do
Cairo, no bairro de Abbassiya.
Os ataques deste domingo acontecem 20 dias antes da visita do papa Francisco
ao Egito, que está marcada para os próximos dias 28 e 29 de abril, a
primeira viagem do pontífice argentino ao Oriente
Médio. Francisco condenou os atentados cometidos no Egito e pediu a Deus
que converta “o coração das pessoas que semeiam terror, violência e
morte”.
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