O presidente Jair Bolsonaro justificou nesta quinta-feira (30/12) a recusa da ajuda humanitária da Argentina à Bahia. Por meio das redes sociais, o chefe do Executivo relatou que, em contato com o Itamaraty, a Chancelaria Argentina ofereceu assistência de 10 homens ("capacetes brancos") para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes.
Bolsonaro rebateu que o trabalho oferecido já estava sendo feito pelas Forças Armadas e pela Defesa Civil, "mas que (a ajuda) poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições". A postagem vem acompanhada de uma montagem com as bandeiras dos dois países.
"O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas (Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira), em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha".
"Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada argentina é clara a esse respeito", completou.
Por fim, o presidente destacou que o governo brasileiro está "aberto a ajuda e doações internacionais" e citou doações recebidas por parte do Japão.
"Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro", concluiu.
O governo baiano afirmou que recebeu um documento do consulado argentino informando a decisão da União na noite de quarta-feira (29). Na dispensa da ajuda, feita por meio de documento oficial, o governo brasileiro agradeceu a proposta argentina e informou que a situação na Bahia “está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários”. Ainda de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, “na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos”.
Horas antes, por meio das redes sociais, o governador Rui Costa (PT) chegou a agradecer a ajuda do país vizinho e pediu celeridade do governo federal para autorizar a missão estrangeira. O governador ainda expressou gratidão ao embaixador Daniel Scioli e à presidente da comissão nacional dos Capacetes Brancos, a embaixadora Sabina Frederic, assim como ao cônsul-geral da Argentina na Bahia, Pablo Virasoro.
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro explica por não ter aceito no momento a ajuda do hermanos argentinos:
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