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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Para cumprir o teto de gastos, governo federal raspa o caixa das universidades federais


'Contingenciamento afetou praticamente todos os ministérios, mas o mais afetado foi o Ministério da Educação, que arcou com quase metade da limitação das despesas', diz nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.

Entidades ligadas a universidades públicas relataram nesta quarta-feira (5) que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou um novo bloqueio de recursos que seriam usados para a manutenção das unidades de educação.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou uma nota nesta quarta-feira alegando que as universidades sofreram um bloqueio de R$ 328,5 milhões na última sexta-feira (30), às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais.

"Na última sexta-feira, dia 30/09, às vésperas do primeiro turno das eleições, o Governo Federal publicou uma norma (o Decreto 11.216, que altera o Decreto nº 10.961, de 11/02/2022, que se refere à execução do orçamento deste ano em curso) sacramentando novo contingenciamento no orçamento do Ministério da Educação. Dessa vez, no percentual de 5,8%, resultando em uma redução na possibilidade de empenhar despesas das universidades no importe de R$ 328,5 milhões de reais. Este valor, se somado ao montante que já havia sido bloqueado ao longo do ano, perfaz um total de R$ 763 milhões em valores que foram retirados das universidades federais do orçamento que havia sido aprovado para este ano", diz a nota da Andifes.

Segundo a Andifes, o "este contingenciamento afetou praticamente todos os ministérios, mas o mais afetado foi o Ministério da Educação, que arcou com quase metade da limitação das despesas".

"Essa limitação estabelecida pelo Decreto, que praticamente esgota as possibilidades de pagamentos a partir de agora, é insustentável."

A diretoria da entidade disse que ficou surpresa com essa nova limitação de empenhos no mês de outubro e disse que "afetará despesas já comprometidas, e que, em muitos casos, deverão ser revertidas, com gravíssimas consequências e desdobramentos jurídicos para as universidades federais".

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que, em dezembro, os valores serão desbloqueados.

"O MEC realizou os estornos necessários nos limites de modo a atender ao Decreto, que corresponde a 5,8% das despesas discricionárias de cada unidade. Segundo informações do Ministério da Economia, consoante ao que também determina o próprio decreto, informamos que os limites serão restabelecidos em dezembro", disse a pasta.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) usou as redes sociais para se manifestar contra o contingenciamento, que classificou como "confisco" de recursos já empenhados. Parlamentares do campo da oposição também se manifestaram contra o anúncio.

"Muito grave o que o governo de Bolsonaro faz as vésperas do segundo turno, um confisco nos orçamentos da universidades que comprometem o funcionamento imediato das mesmas", disse a entidade estudantil. (com agência Sputnik Brasil).

Jornal do Brasil 

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