A pedido do presidente da Câmara, chefe do Executivo esteve com o parlamentar no Palácio da Alvorada, onde o petista falou sobre a importância das pautas do governo.
Diante da posição inflexível do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que ameaça criar obstáculos na tramitação de Medida Provisórias (MPs), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com diagnóstico de pneumonia, recebeu o deputado nesta sexta-feira. A pedido de Lira, Lula esteve com o parlamentar no Palácio da Alvorada, onde o petista falou sobre a importância das pautas do Executivo.
Aliados de Lula estão preocupados com uma possível paralisação das pautas do governo, se a briga de Lira com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não for resolvida. Pacheco determinou a instalação de comissões mistas para análises das MPs, o que contraria a vontade dos deputados.
O Executivo teme que as comissões sejam inviabilizadas sem a participação de deputados para debater as pautas de interesse do governo. Entre as MPs que precisam ser analisadas, estão textos como a estrutura do governo, além de pautas econômicas como o desempate por voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), que pode render mais arrecadação.
Segundo aliados, na primeira reunião do dia, apenas entre integrantes do governo, Lula pediu a Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e aos líderes do governo que lhe "brifassem" sobre como ele deveria tratar a crise no Congresso. Os líderes na Câmara, no Senado e no Congresso — José Guimarães (PT-CE), Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente — disseram então que era necessário persuadir Lira a não colocar obstáculos às comissões mistas.
Se o impasse for resolvido, o governo trabalha com a possibilidade de instalar comissões de pelo menos sete MPs na próxima quarta-feira (os textos em questão expiram no dia primeiro de junho). A ideia era que Lula pudesse fazer um apelo para que o deputado aceitasse a decisão de Pacheco.
Mas, segundo Padilha, o "rito" não foi discutido na reunião com Lira. Ao minimizar o assunto, ele disse que as crises estão sendo "fabricadas".
— O presidente Lira garantiu que tem compromisso com o conjunto dos temas (de interesse do governo), como dar celeridade ao marco fiscal. Não entrou em detalhes do rito (das MPs).
Ainda de acordo com Padilha, a questão deve ser resolvida entre deputados e senadores no início da próxima semana.
- A conversa tem a ver com o bom diálogo — disse Padilha, se esquivando a responder se o governo defenderia uma posição em relação ao caso e se temia a perda de validade das MPs.
De acordo com presentes à primeira reunião do dia, Lula estava "tossindo", mas bem disposto. Também estava tomando medicação na veia para acelerar a recuperação até domingo, quando viaja à China.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário